A música pop conseguiria ser como é hoje sem a existência e impacto do PC Music? - Em memória da gravadora mais divisora da última década


PC Music: uma gravadora, um coletivo artístico e além de tudo, um movimento cultural com influências que vão do famoso Y2K até cenários musicais ocidentais e asiáticos (como o gyaru e obviamente, o K e o J-pop). Na minha opinião o PC Music trouxe uma nova perspectiva da década de 1990 e 2000, recuperando sons e estéticas que estavam começando a serem consideradas "ultrapassadas" e também criticando de forma irônica a cultura consumista e capitalista da época.

A gravadora e seus artistas colaboradores tiveram um grande impacto na minha adolescência e acredito que também teve na de milhares de outros, que, diferentes de mim, viveram essa época de ouro da internet. E por isso eu, Viter, junto com minha amiga Livia, lhes trago um TOP 10 Melhores dos compilados PC Music #1, #2 e #3!

P.S. O TOP a seguir não têm uma ordem específica de favoritos e sim cronológica.

1. Every Night por Hannah Diamond

Viter

Essa música foi o início de uma era na minha mera opinião. Hannah, com seu vocal delicado e letra simples, fácil de absorver criou sua fórmula perfeita que iria durar por muito tempo adiante. E eu amo isso para ela.

2. Laplander por EASYFUN

Livia

Uma música animadinha e com um clima bem nostálgico. Apesar do PC Music 1 não ser uma obra prima sonora, Laplander é uma música que realmente se destaca por ser tão leve e gostosinha de se ouvir.

3. Super Natural por Danny L Harle e Carly Rae Jepsen

Viter

Simplesmente Carly Rae Jepsen Herself em um projeto PC Music, tem como algo assim ser ruim!? (Resposta: não.).

4. Poison por GFOTY

Viter

Finalmente um batidão farofeiro vindo de mim! Esse arrasa, me sinto uma pobre criança medieval que acabou de ser introduzida à doença dos ratos, revendo toda a sua vida por outra lente e rapidamente aceitando seu cruel e inevitável fim.

5. a new family por felicita

Livia

Sério, como eu amo "a new family", essa música traz uma vibe diferente e bem mais "dark" pro álbum todo, sendo um trabalho muito marcante na discografia de Felicita, é definitivamente uma faixa que merece ser lembrada.

6. Broken Flowers por Danny L Harle

Viter

Batidas borbulhantes e divertidas, vocais cativantes e um pop genérico que qualquer um pode gostar devia ser essencial no TOP de qualquer um. Danny não erra.

7.marzipan por felicita feat. Caroline Polachek

Livia

Infelizmente terei que falar bem da Caroline Polachek aqui, porque ela e Felicita fizeram história. Marzipan apesar de ser uma música com pouca melodia é uma música de dar arrepios, tanto por conta dos instrumentais etéreos quanto por conta dos vocais belíssimos de Caroline Polachek. E se eu for exagerar um pouco, digo até que essa é uma das minhas músicas favoritas de todo o PC Music.

8.Party por Planet 1999

viter

A produção dessa me vira a cabeça, juro! Não vou saber te dizer o que se passa aqui mas se eu fosse adivinhar diria que é um break/d&b retrô com um vocal super delicado e aéreo em certos momentos para dar um glitter à mais na música. Não é a coisa mais revolucionária ou interessante do mundo, mas me cativa bastante quando é feito.

9.Xcxoplex por A. G. Cook Com Charli XCX

Livia

Agora uma farofa clássica! Quando você vê uma música feita por A.G Cook com a Charli você provavelmente já imagina como ela vai soar, e posso te dizer, você está certo! Xcxoplex é o puro suco do que o PC Music é e deveria ser.

10.Hey QT por QT

viter

Essa pode ser considerada uma extra aqui, pois não está em nenhuma das compilações PC Music listadas para o TOP. Mas vamos ser sinceres, impossível falar da gravadora e do movimento num geral sem comentar 'Hey QT', projeto de uma música só da modelo Hayden Dunham, produtor A. G. Cook, produtora lendária Sophie, e a cantora Harriet Pittard, foi um fenômeno dos grandes no cenário pop e eletrônica, com seu conceito diferenciado e som que mesmo muito zoado, foi também bastante reverenciado pelos "alts" da época.


E assim acaba o nosso TOP 10 Melhores Músicas dos Compilados PC Music #1, #2 e #3!

Uma grande era da música pop alternativa se encerra esse ano. No dia 25 de Junho, a partir do seu site oficial, a gravadora PC Music informou seus fãs e apreciadores que 2023 será seu último ano de lançamentos inéditos, e seus próximos projetos serão somente reedições especiais e archival projects.

Muita gente sentiu a idade bater quando a notícia saiu no twitter (bem, pelo menos eu senti!), e eu realmente não acho que nós estaríamos nessa fase visual e sonora específica se não fosse pelos artistas que compuseram a PC Music, que mesmo propositalmente datados sempre remetiam ao atual de certa forma, e cativaram multidões que o mainstream na época ainda não conseguia. O PC Music é eterno na sua filosofia, na sua paixão por música e sempre existirá de uma forma ou outra.

Escrito por: Viter E corrigido por: Livia (❛◡˂̵ ̑✧)

A Orquestra Do Pinguim - Signs Of Life


Para minha primeira avaliação solo, eu quis selecionar um álbum aleatório só-que-não, enquanto me aprofundava na história e discografia da banda Penguin Cafe Orchestra (que teve sua duração de 1972 à 1997 e nesse meio tempo seus gêneros musicais principais sendo new age, folk e, claro, o ambient) eu acabei chegando no seu penúltimo chamado "Signs Of Life" que me trouxe um dilema...e acho que transformando em algo aqui seria interessante.

O álbum é totalmente instrumental assim como quase todas as obras da banda, aqui há muitos instrumentos de corda: como a guitarra, seja a acústica ou a eletrônica, violino, viola e muita harpa aqui, sério. Há também o uso de percussão de forma divina aqui, deixando sem dúvidas de que a influência brasileira esteve na banda (e o nome dessa influência é Naná Vasconcelos, vale a pena conferir).

A primeira parte do álbum é otimista e chega a te levar à uma sensação gostosa, divertida e bem ilusória da vida, com certeza é boa, como na música de entrada onde a felicidade rola solta mas há uma calma aparecendo lá pelo final, uma coisa escondida, é misterioso, meio angustiante... me lembrou muito o primeiro álbum deles na realidade, e é isso o que persiste pelo resto desta parte.

A Segunda já volta com aquela felicidade mas em um tom menor e mais "descolado", por assim dizer. As percussões rolam soltas aqui e eu vou dizer, é a minha parte favorita! principalmente por elas que são arrasadoras de massas e as cordas que nunca não um nó sem fim, sério, essa banda sabe o que faz! Além disso, as ideias trazidas através das músicas são claras aqui, seja pelos títulos ou somente os sons que trazem uma mensagem bem escrita e sonora para quem quer ouvi-la.

Daí me vem o dilema: a música final, é um ASMR louco de esquisito ou eu que não ascendi o suficiente para entender tal arte? Tá aí a questão! Pois eu tive um pavor de escutar essa música, me parecia muito um som sensorial de chuva com guitarra no fundo, jesus.

Em suma, não diria que "Signs Of Life" é uma introdução muito interessante para a banda (para isso eu mostraria o álbum "Music From The Penguin Cafe" ou até mesmo um de seus compilados, que é um charme meu, "Preludes, Airs & Yodels (A Penguin Cafe Primer)".) mas sim um ótimo ponto de seguida após já estar entendido o que a banda se propõe a fazer e expressar. Os sons funcionam tão bem aqui quanto sempre e eu realmente me aprofundei muito na 'nóia' da obra em vários momentos, se é assim que se chama o envolver-se de um elemento. Embora não consegui envolver-me tanto assim com a primeira parte do álbum, em momentos pensei ter ficado com um gosto de que precisa de algo mais para ser 100%, sabe? Assim, não tive como gostar dele tanto quando podia e queria. Mesmo sendo um álbum bom, não acho que irei repetir muito a dose dele novamente depois daqui.


Dito isso, eu dou ao álbum um belíssimo 7/10 no ViterCharts!


Escrito e corrigido por: Viter (❛◡˂̵ ̑✧)